segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

6 pistas para você descobrir se está pronto para a terapia



Às vezes, a tristeza é tanta que não imaginamos ninguém capaz de entender por que nos sentimos assim. Não dá vontade de conversar nem com aquela melhor amiga, que sempre ouve tudo, mas... É, você já matou a charada. O problema está bem aí: você fala, ela ouve. E tudo continua igual, ou seja, tudo indica que toda essa tormenta pode voltar a se repetir mais adiante. Já que não dá mesmo para montar uma cúpula e viver isolada dos problemas, que tal então dar um jeito de lidar melhor com eles? Não se trata de milagre e, muito menos, de remédio. O alívio responde pelo nome de terapia.
"Ela proporciona um porto seguro para os pacientes revelarem a si próprios o mais inteiramente possível. Mais que isso, oferece-lhes a experiência de serem aceitos e compreendidos depois de uma profunda exposição", escreve Irvin Yalom, professor de psiquiatria da Universidade de Stanford e autor de Os desafios da terapia -- reflexões para pacientes e terapeutas (Ediouro; R$ 39,90).Com a ajuda dele, listamos seis motivos para ajudar você a identificar se está na hora de combinar aquelas compridas -- e insubstituíveis! -- horas junto à sua melhor amiga com um apoio mais especializado, arremessando para bem longe todo esse peso terrível que, vez ou outra, insiste em aterrissar nas suas costas.

1. Vontade. Só esse motivo já é suficiente para você, pelo menos, procurar um terapeuta. Mas, independente da curiosidade que já justifica a entrevista (é assim que o psicólogo chama a sua primeira conversa com ele, normalmente gratuita), a boa vontade é fundamental para o sucesso de qualquer tratamento desse tipo. Isso porque, para mudar aquilo que está incomodando, você precisa estar disposta a ouvir o que o especialista tem a dizer -- o que não significa concordar com tudo, de maneira alguma. Mas, se estiver sem motivação sequer de começar, respire fundo e espere. Pode ser mesmo que ainda não seja a sua hora.

2. Seus problemas são sempre os mesmos. A gente não percebe, mas acaba reagindo da mesma forma à maioria das situações. Resultado? Sem notar, fazemos com que eventos terrivelmente desconfortáveis repitam-se várias e várias vezes. Como só reclamar não adianta nada, um bom terapeuta vai desfiar todo esse novelo e identificar onde está o nó, ajudando você a quebrar os padrões de comportamento que dão origem ao seu sofrimento.

3. Desejo de mudar. Aquela pedrinha está ali no seu sapato há anos e você não entende como ela apareceu. Ótimo, você já tem um ponto que explique -- e muito bem! -- uma visita ao psicólogo: alguma coisa está te incomodando. A questão, agora, é saber o que parece mais agradável: remover a tal da pedra (ainda que, talvez, você descubra que tem chulé quando tirar o sapato) ou continuar andando meio manquitola por mais um tempo. Mexer nos seus sentimentos não é fácil e pode causar um grande mal-estar, principalmente no começo. Mas, com um pouco de paciência e apoio especializado, dá para superar esse desafio e ainda sair dele com mais força seguir adiante.

4. Estar pronto para ouvir. Está achando que começar terapia é só soltar a língua e sair falando todos os seus problemas? É isso, também. Mas não só. Claro que o psicólogo precisa conhecer o que anda se passando na sua cabeça. Mas relaxe um pouco e escute o que ele tem a dizer. Aí está uma das principais diferenças entre uma conversa com sua amiga e uma sessão terapêutica: nesta última, ninguém vai julgar ou criticar você,nem falar o que fazer. O especialista vai tirar um raio-X da situação e mostrar, com detalhes, como tudo aconteceu para chegar até ali. O próximo passo é contigo.

5. Descobrir que você não bem assim.
No começo, a função do psicólogo pode ser comparada à de um oftalmologista: é como se ele escolhesse a lente certa no seu caso, ajudando a enxergar os problemas (e alegrias) do tamanho exato que tudo isso tem para você -- e mais, ele vai mostrar de onde vêm os parâmetros usados na hora de estabelecer essas medidas. Por que você fica tão arrasada quando recebe uma crítica, por menor que ela seja? E por que se sente desconfortável quando ouve um elogio, por mais merecido que ele seja? Prepare-se para refletir sobre perguntas desse tipo.

6. Ajustar as suas vontades. De uma maneira bastante simples, a terapia serve como uma espécie de mapa, que revela um grande tesouro: o que você realmente quer. Não raro, a sua vontade é diferente daquela que seu pai, sua mãe, seu marido, seus filhos (ou quem mais for importante na sua vida) têm em relação a você. Mas, no dia-a-dia, entra tudo num grande caldeirão de desejos e, sem saber diferenciar uma coisa e outra, a frustração acaba se instalando -- não é mole abrir mão do que você quer em nome do que os outros pensam ser o mais adequado. No começo, não adianta esconder, vai dar mesmo um pouco de medo de enfrentar esse esquadrão que, por muito tempo, definiu o certo e o errado do seu dicionário. Mas isso passa e, quando menos esperar, você já vai ter encontrado força para assumir que seus desejos são, na verdade, diferentes daqueles que projetaram em cima de você. E, pode acreditar, ninguém vai deixar de amar você por causa disso.

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